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Audiência pública debate políticas públicas de atenção ao portador de doença renal

Audiência pública debate políticas públicas de atenção ao portador de doença renal

Câmara Municipal de Sorocaba

Proposta pelo vereador Hudson Pessini (MDB), a audiência contou com palestras de especialistas na área e debates sobre as dificuldades enfrentadas pelos pacientes renais

Por ocasião do Dia Mundial do Rim e com o objetivo de debater as "Políticas Públicas de Atenção ao Portador de Doença Renal", a Câmara Municipal de Sorocaba realizou audiência pública na noite de quarta-feira, 27, por iniciativa do vereador Hudson Pessini (MDB) e a participação de profissionais especializados no assunto. Além de Pessini, que presidiu a audiência, a mesa dos trabalhos foi composta pelas seguintes autoridades: o médico Jaelson Guinle Gomes, presidente do Instituto de Hemodiálise de Sorocaba; as pesquisadoras do Departamento Regional de Saúde, Paula Opronola e Adriana Ribeiro; o paciente renal transplantado Renato Proença e o presidente da Associação de Pacientes e Doadores Transplantados Renais de Sorocaba e Região (Transdoreso), Leomar Gregório.

 

Hudson Pessini apresentou dados preliminares sobre pacientes com doença renal em Sorocaba, inclusive os que são atendidos em outros municípios e observou que, na cidade, há quatro hospitais que realizam hemodiálise: Santa Lucinda, IHS (Instituto de Hemodiálise de Sorocaba), Hospital Leonor Mendes de Barros e Unimed. Ainda segundo dados colhidos pelo vereador, em Sorocaba os serviços de hemodiálise estão operando em sua capacidade máxima. Os outros dois serviços da região estão localizados em Itu e São Roque. "Os pacientes relatam problemas na distribuição de medicamentos de alto custo e muitos reivindicam que o programa de atendimento, hoje sob a responsabilidade do Estado, seja municipalizado", afirmou Hudson Pessini. O vereador também criticou a precariedade do serviço de transporte para levar os pacientes para atendimento em outras cidades.

 

Adriana Ribeiro, do Departamento Regional de Saúde de Sorocaba, disse que, no final de 2018, houve uma melhora no serviço de atendimento aos pacientes renais, uma vez que deixou de existir um teto de atendimento como antes e todos os procedimentos realizados são pagos. Segundo ela, há 87 pacientes de Sorocaba fazendo hemodiálise em Itu e São Roque. "Hoje, não temos fila de espera para tratamento inicial de hemodiálise, mas já tivemos momentos mais complicados", afirmou.

 

Medidas preventivas – O médico Jaelson Guinle Gomes apresentou uma palestra sobre a saúde dos rins, enfatizando a necessidade de prevenção. "A prevalência de indivíduos com doença renal terminal no Brasil é de 61 para cada 100 mil. Nos Estados Unidos, é 110 a cada 100 mil e no Japão é de 205 a cada 100 mil. Isso significa que o Brasil não está fazendo diagnóstico", afirmou. O médico alertou que, em todo o mundo, cerca de 10% da população tem algum grau de doença renal.

 

Guinle também relatou as dificuldades de atendimento dos pacientes renais antes da instituição do SUS e disse que a Transdoreso, criada em 1982, surgiu para enfrentar essas dificuldades, sendo a terceira entidade do gênero no Brasil (as duas primeiras são de São Paulo e Belo Horizonte). "É importante lembrar o papel da Transdoreso no suporte ao paciente que faz hemodiálise, pois muitos desses pacientes são arrimos de família e se não tiverem ao mesmo uma cesta básica, como a Transdoreso busca proporcionar a eles, sua família vai passar fome", afirmou Guinle.

 

Renato Lessa, paciente transplantado que passou oito anos e quatro meses fazendo hemodiálise três vezes por semana em sessões de quatro horas, fez uma palestra sobre os desafios do paciente para ter acesso ao tratamento e orientou os pacientes renais a seguirem rigorosamente as recomendações médicas. Paula Opronola defendeu o fortalecimento da rede de atenção primária à saúde, uma vez que, segundo ela, cerca de 80% dos pacientes renais crônicos chegam a essa situação porque não trataram agravos como diabetes e hipertensão. Leomar Gregório também falou sobre o trabalho da Transdoreso.

 

No final dos trabalhos, o vereador Hudson Pessini (MDB), criticou a ausência de representantes da Secretaria Municipal de Saúde na audiência e se comprometeu a continuar acompanhando a situação do atendimento dos pacientes renais, bem como realizar audiências públicas sobre o tema, especialmente por ocasião do Dia Mundial do Rim. A audiência pública foi transmitida pela TV Câmara (Canal 31.3, Canal 6 da NET e Canal 9 da Vivo) e pode ser vista no portal da Casa através dos seguintes endereços eletrônicos: https://bit.ly/2U00TNO (Parte 1) e https://bit.ly/2JZZ13l (Parte 2).

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